O objetivo de toda organização é crescer, o que significa ter maior faturamento na venda de produtos e/ou serviços.
Prestadores de serviço em SST tem esse objetivo e para o alcançar necessitam ter ofertas mais qualificadas do que a acirrada concorrência, ou bem distintas do que a imensa maioria apresentada.
Tendo consumidores que na maior parte se regem por aspectos regulatórios, as “ofertas mais qualificadas” se tornam aquelas de menor preço.
Esse cenário é de certa forma incentivado e perpetuado pelos próprios prestadores de serviço em SST que há décadas oferecem sempre os mesmos produtos e/ou serviços: avaliações, laudos, exames médicos e treinamentos. Eventuais itens adicionais são exceções que confirmam essa regra.
Esse aspecto ganha uma dimensão adicional porque o consumidor não vê nenhum valor adicional naquilo que vai comprar, pois as ofertas são as mesmas.
A SST passou longos períodos sem expressivas mudanças, e desde 1994 – advento dos PCMSO e PPRA – até 2022 (28 anos) pouca coisa alterou a inanição das transformações. Nesse período surgiu o FAP e o PPP e nada mais.
Tínhamos então o quadro bem definido dos consumidores sem motivação para adquirir novidades, prestadores de serviço acomodados à essa letargia e softwares de SST que retribuíam o que deles se esperava: o pouco do mínimo esperado para organizar as parcas ofertas de avaliações, laudos, exames médicos e treinamentos.
A partir de 2021 esse cenário começou a se alterar pela chegada do eSocial e em 2022 das novas NRs. Os longos anos de acomodação são em 2 anos sacudidos por novidades legais e pelo conceito de gestão, sempre presente mas que era então poucas vezes cogitado em sua aplicação.
Esse “tsunami” pegou de surpresa a todos atores sociais, caracterizado tanto pelos consumidores que não sabem o que agora necessitam, como pelos prestadores de serviço que contaminados pelos anos de acomodação não chamam para si a responsabilidade de serem os agentes catalisadores das mudanças ocorridas.
Acacianamente os softwares de SST seguem como pano de fundo do cenário, persistindo em não apresentar novas funcionalidades que possam contribuir para agilizar os processos de mudança.
Listo 8 produtos/serviços que prestadores poderiam oferecer à clientes mas que não o fazem, pelo que deixam de aumentar seu faturamento e adquirir diferencias aos olhos de quem os contrata:
- Avaliação ergonômica preliminar
- Análise de acidentes e de perdas auditivas
- Inspeções de segurança
- Ordens de serviço
- Relação contratante x contratada
- Eleição de CIPA e gestão
- Atenção especial ao colaborador
- Gestão de afastamentos e do FAP.
Aqui aparece o grande paradoxo que envolve prestadores de serviço em SST e softwares, expresso pelo “Saber”, “Querer” e “Poder”.
Saber: Muitos não sabem que podem oferecer essas novidades, mantendo-se aferrados às tradicionais avaliações, laudos, exames médicos e treinamentos. É bastante provável que esse quadro se altere rapidamente pois o conhecimento para prestadores pode significar a diferença entre desaparecer ou progredir.
Querer: Acreditando na extraordinária capacidade de adaptação de pessoas às adversidades, muitos irão querer oferecer o “algo mais” aos consumidores. E nesse momento, e durante um tempo que poderá ser longo em demasia, a imensa maioria dos softwares que utilizam não lhes acompanham na vontade.
Poder: O antigo ditado de que “Querer é poder” nesse caso será muitas vezes substituído pelo “Nem sempre querer é poder”. Por essa óptica, prestadores de serviço em SST já começaram a ter um olhar de desagrado aos softwares aos quais aderiram quando as exigências eram poucas e a buscar alternativas a eles.
Seguindo na linha da citação de ditados, há que se tomar cuidado para não “trocar 6 por meia dúzia”. Os apelos de marketing dos softwares são fortes, alguns visuais lembram efeitos pirotécnicos ou enfeites natalinos, os preços são apelos muitas vezes irrecusáveis, mas a troca requer excepcional resistência a isso tudo e cuidados especiais, especialmente como o de saber a qualificação dos desenvolvedores intelectuais do software.
Se não se contrata pedreiro para corrigir um vazamento de água, ou se chama um pediatra para uma neurocirurgia, é ingenuidade acreditar que (a) todos os softwares são iguais e (b) toda oferta é realmente qualificada para o que se espera do sistema.
A lista acima dos 8 itens pode ser um bom guia para orientar a nova aquisição. E com isso só resta desejar boa sorte e bons negócios.